Na minha terra,
Tem rio e mar,
Pontes e barcos,
E gaivotas a voar!
Na minha terra,
Tem edifícios enormes,
Que aos poucos substituem
Os grandes espaços verdes!
Na minha terra,
Mudaram estatuas,
Acabaram com jardins,
E as calçadas portuguesas
Dão lugar a granito escuro!
Na minha terra,
Não se aposta em profissões,
Em conservação de edifícios,
Nem em manter as ruas limpas!
Na minha terra,
Ainda há muita gente a viver,
Em casas degradadas e que
Não têm saneamento!
Na minha terra,
A população envelhece,
Há cada vez mais desempregados,
E os jovens com cursos superiores,
São obrigados a emigrar!
Na minha terra
Há bairros problemáticos,
Onde as crianças andam na rua,
E faltam à escola!
NA minha terra...
Na minha terra,
Tem rio e mar,
Pontes e barcos,
E gaivotas a voar!
Cecília Macedo
16/09/14
2 comentários:
Amiga Cecília há tempos que não passava por aqui e eis que hoje encontro este poema que também retrata a realidade brasileira, tipo a sujeira nas ruas, a falta de cuidado com os prédios históricos, falta de escolas; ou melhor, falta mesmo é uma educação com melhor qualidade para quem não pode pagar. Quanto ao desemprego, no momento até que é mínimo, mas existe a violência muito forte e mau atendimento na saúde pública.
Não falarei de pontes e de rios, mas colarei aqui um poema de Gonçalves Dias, "A Canção do Exílio" escrito em 1847, um poema que eu amo" Acho que ele o escreveu quando estudava ai em Portugal ou na Inglaterra, não tenho certeza, mas sei que estava na Europa, distante e saudoso daqui do trópico.
Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais FLORES,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Um abração daqui do sul do Brasil. Tenhas uma ótima tarde.
Adorei o poema amigo Dilmar! Mesmo com todos os defeitos a nossa terra é a nossa terra, e quando falamos no que está mal, nunca é com o intuito só de maldizer, é para que se tome consciência de que muita coisa pode ser feita, afinal gasta-se dinheiro em coisas muito menos importantes.
Conservar o que temos seria bom!
Mas mesmo com as coisas que não gosto, o Porto está sempre no meu coração. Eu amo a minha cidade ((*_*))
Bjinho e obrigada pelos teus comentários que mesmo vindo de longe são maravilhosos.
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